Coexistir para Transformar: o que aprendemos no Social Good Brasil 2025 sobre o futuro da inovação com propósito

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Coexistência” foi a palavra que norteou a 14ª edição do Festival Social Good Brasil (SGB), realizada em Florianópolis no fim de setembro. Mais do que um tema, o termo expressou um chamado coletivo para repensar como tecnologia, cultura e impacto social podem caminhar juntos na reconstrução de um mundo mais sustentável e humano.

O evento, promovido pelo Social Good Brasil, reuniu empreendedores, pesquisadores, ativistas e organizações de todo o país para discutir novas arquiteturas de existência — um convite a integrar perspectivas distintas em torno de um mesmo propósito: usar a tecnologia para o bem comum.

Entre painéis, laboratórios, performances artísticas e rodas de conversa, o festival reforçou uma certeza que também move o trabalho da HardFun: inovar é, antes de tudo, aprender a coexistir.

Tendências e provocações: o que emergiu do Festival

As conversas do Festival Social Good Brasil 2025 reforçaram uma percepção essencial: a tecnologia não é neutra. Ela molda comportamentos, influencia decisões e carrega valores — por isso, precisa ser tratada como um agente ético, social e político, não apenas uma ferramenta operacional. Três movimentos se destacaram e conectam diretamente com a forma como a HardFun atua no campo da inovação com propósito:

Essas tendências traduzem não apenas o futuro da inovação social, mas o presente da HardFun: criar soluções humanas potencializadas pela tecnologia, em que cada decisão técnica reflete um compromisso ético, colaborativo e regenerativo com o impacto que queremos gerar.

  1. IA ética e responsável — A urgência de equilibrar potencial e risco na aplicação da inteligência artificial tem sido um ponto central em nossos projetos. Na HardFun, trabalhamos com modelos auditáveis e monitoramento contínuo para mitigar vieses, priorizando soluções que respeitam a privacidade e garantem segurança de dados. Nossas escolhas técnicas seguem parâmetros éticos de governança e uso responsável de IA — do desenho de algoritmos à forma como interpretamos e apresentamos dados em projetos educacionais e sociais.
  2. Inovação regenerativa — A ideia de que tecnologia e impacto não devem apenas “mitigar danos”, mas regenerar vínculos e ecossistemas sociais, encontra eco em nossa filosofia de trabalho. Projetos como Escolas Conectadas e Órbita mostram que inovação digital pode fortalecer laços comunitários e ampliar oportunidades sem desconectar-se do território. Para nós, cada solução precisa devolver algo positivo ao contexto em que atua — seja conhecimento, autonomia ou rede.
  3. Colaboração radical — Nenhuma transformação é sustentável sem cooperação genuína entre setores. Nosso modo de trabalho parte da escuta ativa e da coautoria com parceiros, integrando educadores, organizações e especialistas em todas as etapas do processo — da concepção à implementação. Essa prática tem guiado os projetos  em que atuamos lado a lado com múltiplos atores para construir jornadas digitais que fortalecem políticas públicas de inclusão produtiva.

Tecnologia com propósito: da reflexão à prática

No festival, a HardFun esteve presente como instituição apoiadora do evento e também como convidada do podcast Vozes, do InovaSocial, iniciativa do Instituto Sabin desenvolvida pela Com limão & Co., em um episódio gravado diretamente do evento. Nele, Gabriela Koen e Vinicius Ferreira conversam com Victor Vasques como a ciência de dados e a inteligência artificial podem transformar o investimento social privado no Brasil, explorando como tecnologia e propósito podem se combinar para gerar impacto concreto e mensurável.

A conversa — que também reúne outras vozes do ecossistema de inovação e impacto — amplia o debate sobre coexistência, tema central do festival, e convida à corresponsabilidade e ao entrelace de diferentes formas de viver e agir. Para quem deseja se aprofundar nesse diálogo, vale escutar o episódio completo do Vozes e as demais entrevistas gravadas durante o evento, que trazem perspectivas complementares sobre o futuro da educação, da tecnologia ética e do investimento social estratégico.

Inovação como convivência

Durante o evento, um dos debates mais inspiradores girou em torno da ideia de “inovação como convivência”: o desafio de desenhar soluções que não apenas resolvem problemas, mas fortalecem relações. Essa é uma noção central para a HardFun, que constrói seus projetos junto a educadores, jovens e comunidades, entendendo que a escuta é o primeiro passo da transformação.

Nosso trabalho parte da pergunta — “como escalar sem perder a qualidade e a dimensão humana?” — e se traduz em metodologias que combinam design centrado no usuário, dados e pedagogia contextualizada. Em vez de substituir o vínculo humano pela máquina, buscamos criar ecossistemas digitais que valorizem o tempo das pessoas, o território e o aprendizado coletivo.

Esse olhar também evidencia a importância do trabalho em rede. Nenhuma transformação acontece isoladamente — ela nasce da soma de esforços, da escuta entre diferentes perspectivas e da colaboração entre atores que compartilham o mesmo propósito. Trabalhar em rede é reconhecer que a inovação é um processo coletivo, que se fortalece na diversidade de experiências e saberes. É nesse encontro de trajetórias que novas soluções emergem e se tornam realmente transformadoras.

O Festival reforçou que o impacto duradouro nasce desse equilíbrio: tecnologia que não desumaniza, mas amplia a capacidade humana de agir.

O papel das empresas de impacto nesse novo contexto

Em um mundo movido pela transformação digital, as organizações de impacto carregam uma responsabilidade crescente: atuar como guardiãs do sentido. A inovação precisa vir acompanhada de coerência entre propósito e prática.

Para a HardFun, essa coerência se traduz em três compromissos:

  • Escutar antes de construir. Entender o contexto é tão importante quanto desenvolver a solução.
  • Medir o que importa. Dados devem servir à melhoria das vidas das pessoas, não apenas às métricas de performance.
  • Cocriar com quem está na ponta. A inteligência coletiva é o verdadeiro motor da inovação sustentável.

Ao participar do Festival Social Good Brasil, reafirmamos que tecnologia e impacto não são esferas separadas — são partes de uma mesma equação social. Coexistir, nesse sentido, é aprender a programar o futuro sem esquecer a humanidade que o habita.

Imagem de Divulgação do Evento Social Good Brasil 2025. Créditos @oalbumdaana e @toiaoliveirafotografia

Coexistir para Transformar

O Festival Social Good Brasil 2025 nos lembrou que a tecnologia é apenas tão transformadora quanto a intenção que a move. Quando desenhada com empatia e propósito, ela se torna um campo fértil para a colaboração e para o florescimento de novas formas de convivência.

Para a HardFun, participar desse diálogo é também reafirmar o próprio caminho: seguir criando soluções humanas potencializadas pela tecnologia, que ampliam o acesso, reduzem desigualdades e constroem legados de impacto positivo.

Mais do que acompanhar tendências, buscamos fazer parte da sua construção — com ética, curiosidade e compromisso com o futuro comum.

 

Provocação final:

E se o verdadeiro avanço tecnológico não estivesse em fazer mais rápido, mas em fazer junto?